O prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, veta a exposição ‘Queermuseu – Cartografias da Diferença na Arte Brasileira’, que explora a temática LGBT, no Museu de Arte do Rio (MAR) [1]. De acordo com o prefeito, não há censura prévia, pois a exposição trata questões relacionadas à zoofilia e à pedofilia [2]. No dia anterior, Crivella postou vídeo nas redes sociais ironizando a exposição e dizendo que ela só seria realizada ‘no fundo do mar’; na legenda o prefeito escreve que ‘é preciso respeitar a família, vamos cuidar das nossas crianças!’ [3]. Em nota, o Conselho do MAR se mostra favorável à realização da mostra e o diretor diz que o museu é o espaço ‘do diálogo’ e que deve ‘olhar para a sociedade pela ótica da diversidade’ [4]. Em resposta, a secretaria municipal de Cultura afirma que o Conselho do MAR não tem o poder de vetar as decisões do executivo municipal [5]. Em setembro de 2017, a exposição ‘Queermuseu’ foi cancelada no Santander Cultural em Porto Alegre em razão das críticas que acusam a exibição de blasfêmia a símbolos religiosos, pedofilia e zoofilia [6]. Além disso, o curador do ‘Queermuseu’ foi convocado para depor na CPI dos Maus Tratos [7]. Apesar da controvérsia, o Parque Lage, órgão do governo estadual, abriga a exposição e um dos curadores afirma que o processo de censura é um ‘ato de higienização da cultura’ [8]. Associação religiosa presidida pelo pastor Silas Malafaia pede ao Ministério Público (MP) que sejam tomadas as medidas cabíveis para que a exposição tenha classificação proibitiva para menores de 18 anos, mas o MP faz recomendação aos organizadores para que a exibição tenha classificação de 14 anos [9]. Às vésperas da abertura, juiz da Vara de Infância e Juventude proíbe o acesso de menores de 14 anos ao espaço, mas a medida é revertida posteriormente e a classificação torna-se apenas indicativa [10].
Marcelo Crivella veta a exposição ‘Queermuseu’ no Museu de Arte do Rio

Imagem: http://censuranaarte.nonada.com.br/ (Foto: Reprodução)