Nova Hartz, 13 de Novembro de 2019

Secretaria de Educação de Nova Hartz cancela participação de escritora em evento por conta do ‘linguajar inadequado’ de seu livro

Imagem: site Companhiadasletras.com.br

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A Secretaria de Educação de Nova Hartz cancela a participação da escritora Luísa Geisler da Feira do Livro da cidade, pois, de acordo com o produtor do evento, o romance ‘Enfim, Capivaras’, que seria exposto no evento, continha ‘linguajar inadequado’ [1]. O livro trata de um adolescente que mente sobre ter uma capivara de estimação e instiga seus colegas a desmascará-lo [2]. A autora iria conversar com alunos do ensino fundamental e adquiriu quinze exemplares com desconto para distribuir a professores e alunos da rede pública [3]. A autora afirma que se trata de um ato de censura contra a sua palestra e contra a circulação dos livros e diz que se incomoda com o que denomina de discurso totalitário de ‘não vamos falar disso’ [4]. De acordo com a escritora, os personagens do livro ‘façam como adolescentes falam Usam gírias e palavrões. Não pedem ‘por favor’, nem dizem ‘obrigada’. Eles se xingam.’ [5]. Por meio de nota, a editora Seguinte, selo jovem do Grupo Companhia das Letras, declara apoio à escritora e repudia qualquer forma de censura [6]. O vereador Robinson Andrei Bertuol (PSC) elogia a medida tomada pela secretaria de Educação e afirma que o vocabulário utilizado no livro é ‘chulo’ e ‘inadequado para a faixa etária’ [7]. A prefeitura de Nova Hartz não soube explicar em que circunstâncias ocorreu a exclusão da escritora do evento [8]. Em outros momentos, divulgação de livro com críticas ao governo e ao conservadorismo é suspensa por pressão política em São José dos Campos [9] e lei que facilita a censura prévia e a criminalização de artistas é sancionada no Rio Grande do Sul [10].

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