20 de Novembro de 2020

Bolsonaro minimiza racismo no Brasil: ‘sou daltônico, todos têm a mesma cor’; no mesmo dia, Mourão e Sérgio Camargo têm posturas semelhantes

Foto: Roberto Parizotti

O presidente da República, Jair Bolsonaro, minimiza a questão racial no Brasil após o assassinato de João Alberto Freitas [1], bem como o vice-presidente Hamilton Mourão e o presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo [2]. Ao comentar o caso, Hamilton Mourão diz que ‘não existe racismo no Brasil’: seria algo que tentariam ‘importar’ ao país [3]. Em rede social, Sérgio Camargo adota tom semelhante: ‘não existe racismo estrutural no Brasil; o nosso racismo é circunstancial’. O racismo como ‘estrutura onipresente’ seria invenção da esquerda, em seus termos [4]. Já o presidente, em texto publicado em suas redes sociais, diz ser ‘daltônico’ e que ‘todos tem a mesma cor’ [5]. O presidente também afirma que ‘não existe uma cor de pele melhor do que as outras. Existem homens bons e homens maus’ [6]. No mesmo dia, empresa pública de comunicação (EBC) impõe que jornalistas não publiquem matérias relacionadas ao assassinato de Beto Freitas [7] e, no dia seguinte, Bolsonaro minimiza o debate sobre o racismo em cúpula do G20 [8]. Sergio Camargo também já criticou lideranças do movimento negro [9], o movimento em si [10] e retirou nomes de lista de personalidades negras do site da Fundação Palmares [11]. Além disso, o governo e utilizou apenas 2% da verba do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos no combate ao racismo [12].

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Análises sobre o caso

Leia aqui análises sobre como a questão racial no Brasil foi incorporada no marco de 20 de novembro, como é alimentado o discurso da inexistência do racismo no Brasil, além de contestações de manifestações de racismo. Ouça, também, podcast sobre como a pauta antirracista foi destaque em 2020.

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