3 de Outubro de 2021

Governo ignora risco de incêndio e desabamento na sede do Centro Técnico Audiovisual

Laudo aponta ‘precariedade das instalações elétricas', ausência de sistema de incêndio e ‘desaprumo de telhas na fachada'; caso lembra os episódios de incêndio do Museu da Língua Portuguesa, do Museu Nacional e da Cinemateca

Foto: Corpo de Bombeiros PMESP

O Governo Bolsonaro ignora o alerta de risco de incêndio e desabamento da estrutura do Centro Técnico Audiovisual (CTAv); o aviso sobre a necessidade de isolar imediatamente o local foi feito pela Secretaria do órgão em agosto deste ano [1]. O CTAv tem um acervo com fotos, documentos e mais de seis mil títulos do cinema nacional [2]. O laudo técnico indica o risco iminente de incêndio e desabamento da sede no Rio de Janeiro ao apontar a ‘precariedade das instalações elétricas’, a ausência de sistema de incêndio e o ‘desaprumo de telhas na fachada frontal’ do local, o documento foi encaminhado ao Ministério do Turismo [3]. Funcionário da sede do CTAv afirma que o teto do local está cheio de ratos e que a situação é muito precária [4]. Além disso, funcionários também declaram que a nomeação da cirurgiã-dentista Edianne Abreu para a coordenação-geral do CTAv [5] instaurou um ‘caos geral’ no órgão, atualmente Edianne não ocupa mais o cargo [6]. A precariedade do CTAv e a omissão do governo em socorrer o patrimônio cultural e histórico brasileiro, remetem aos tristes episódios de incêndio do Museu da Língua Portuguesa em 2015 [7], do Museu Nacional em 2018 [8] e da Cinemateca em 2021 [9]. Vale ressaltar que o Centro de Documentação e Pesquisa da Funarte no Rio de Janeiro foi interditado esse ano após risco de desabamento e incêndio, segundo informações da imprensa [10]. Desde a eleição de Bolsonaro, a cultura brasileira vem sofrendo intervenções e escamoteamentos; em 2019 houve a retirada de filme de festivais internacionais a pedido da Agência Nacional de Cinema (Ancine) [11] e o cancelamento de produções cinematográficas por falta de recursos do governo [12]. Em 2020, houve a nomeação de um capitão de mar e guerra para ocupar cargo comissionado da Ancine [13] e a nomeação de uma amiga de Bolsonaro para a presidência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) [14]. Em 2021, o governo não lança edital para novo mandato da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (Cnic) [15] e atrasa o tempo para publicação de projetos através da Lei de Incentivo à Cultura [16].

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Fontes