Belo Horizonte, 19 de Setembro de 2022

Parlamento mineiro censura exposição artística por pressão de bolsonaristas

A mostra “Deslocamento”, que trabalhou de maneira crítica símbolos critãos dialogando com sua leitura do contexto social moderno, foi censurada duas semanas após a inauguração e fechada por pressão de religiosos e do deputado estadual Carlos Henrique (Republicanos - MG).

A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) fechou uma exposição de arte em exibição no prédio do órgão após pressão de deputados e grupos bolsonaristas [1]. A mostra censurada, do jornalista, poeta e artista plástico Carlos Barroso, intitulada “Deslocamento”, foi inaugurada e exposta no saguão da Assembleia Legislativa mineira no dia 05/09 [2]. O artista trabalhou de maneira crítica símbolos critãos dialogando com sua leitura do contexto social moderno, em sua perspectiva [3]. Duas semanas após a inauguração, foi fechada a pedido e pressão de religiosos e do deputado estadual Carlos Henrique (Republicanos – MG), que é pastor evangélico e disputa a reeleição do cargo no pleito de 2022 [4]. Além do parlamentar, o grupo conservador de direita Mova Brasil – Movimento de Valores BR, fez duras críticas a exposição nas redes sociais, assim como Carlos Henrique [5]. O grupo, ainda, convocou fiéis a se manifestarem e hostilizaram a exposição na praça à frente da Assembleia, pois, segundo eles, as obras desrespeitaram sua fé [6]. Carlos Henrique apoiou a ação afirmando que as obras violavam o Código Penal ao cometer crime de desrespeitar o culto religioso [7]. Em resposta, o Sindicato dos Jornalistas divulgou nota de repúdio à censura ocorrida [8].

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