O coordenador de articulação e apoio às comunidades remanescentes dos quilombos da Fundação Cultural Palmares (FCP), Victor Barbosa, nega a crueldade da escravidão no Brasil, e cita sociólogo brasileiro ao dizer que os escravos tinham vida ‘quase de anjo’ [1]. Barbosa cita Gilberto Freyre que, ao comparar a situação de operários ingleses e escravos no Brasil, vê os segundos como ‘privilegiados’. Em seguida, Barbosa cita diplomata conservador brasileiro para defender o colonialismo e conclui que se não fosse tal prática ‘seríamos terra de tupiniquins’ [2]. As falas de Barbosa não são isoladas; em suas redes sociais, antes da nomeação ao cargo, ele já criticou Zumbi dos Palmares [3]. O presidente da FCP, Sérgio Camargo, em outras oportunidades, também atacou a imagem de Zumbi [4], chamou o movimento negro de ‘escória maldita’ [5], censurou a biografia de líderes negros do portal da FCP [6] e retirou o nome de adversários políticos da lista de personalidades negras do site da instituição [7]. Vale lembrar que o presidente Jair Bolsonaro, enquanto deputado federal, foi condenado a indenizar comunidades quilombolas por danos morais [8]. Já durante o governo, os grupos quilombolas sofrem baixa histórica no reconhecimento de seus territórios [9], e vêm sendo omitidos nas estratégias de enfrentamento da covid-19 [10].
Funcionário da Fundação Palmares diz que escravos tinham vida ‘quase de anjo’ no Brasil

Imagem: Domínio público