A Fundação Cultural de João Pessoa (FUNJOPE), na Paraíba, cancela o show já confirmado da cantora transexual Linn da Quebrada na Parada LGBT [1]. Em comunicado nas redes sociais, a equipe de Linn afirma se tratar de censura, já que a justificativa dada pelos contratantes para o cancelamento não foram problemas na documentação, mas de ‘orientação’ [2], por considerarem o discurso da artista ‘muito pejorativo’ para o evento [3]. Ao cobrar um posicionamento do órgão, Linn afirma: ‘se me calam, é porque de alguma forma minha voz assusta’ [4]. Em reação ao episódio, vários artistas expressam indignação e se solidarizam com a cantora [5]. Além disso, a coorganizadora da Parada LGBT que trabalhava na Fundação Cultural do estado pede afastamento do cargo por reconhecer que a decisão apresenta um caráter autoritário [6]. O episódio se alinha a um contexto de cancelamentos de eventos culturais, como ocorre com uma peça de teatro com cena de nudez [7], uma peça infantil com temática da repressão e ditadura [8], o show de BNegão [9], alguns espetáculos no mês de setembro com temática LGBT e democracia [10], adiamento da estreia do filme ‘Marighella’ [11], ameaça de Bolsonaro de extinguir a Agência Nacional do Cinema (Ancine) se não puder filtrar as produções culturais [12] e sua declaração de que não vai liberar verbas para produções com temática LGBT na Ancine [13].
Fundação Cultural de João Pessoa cancela apresentação de cantora transexual em Parada LGBT

Imagem: site nonada.com.br / Mariana Smania/divulgação