São Paulo, 11 de Abril de 2022

Prefeitura de São Paulo não dá apoio ao Carnaval de rua

Organizadores do blocos de rua dizem ter dificuldade no diálogo com a Prefeitura e defendem direito à folia

Sem diálogo com organizadores de blocos de rua, o prefeito Ricardo Nunes afirma que não há tempo hábil para viabilizar o carnaval em abril de forma segura, que a Polícia Militar não tem condições de transferir contingente suficiente de policiais do interior para a capital, como é feito nos grandes eventos, em menos de 30 dias e que não foi possível lançar edital de patrocínio para colocar grades, tendas para médicos e ambulâncias como ocorre geralmente [1]. Os organizadores dos blocos de carnaval de rua, que concordaram com o cancelamento dos eventos em fevereiro no intuito de frear a pandemia de covid-19, querem que a festa ocorra no feriado de Tiradentes, mesma data dos desfiles das escolas de samba [2]. As entidades que representam os blocos de rua reclamam da falta de diálogo com a Secretaria que deveria tê-los procurado antes de cancelar definitivamente a festa, negociando um adiamento como aconteceu com a Liga das Escolas de Samba [3]. Na semana anterior, em carta denominada ‘Carnaval de Rua Livre com Diversidade e Democracia’, os organizadores afirmaram que não haveria motivos atualmente para que a Prefeitura proíba a realização dos desfiles, tendo em vista que diversos outros eventos estão ocorrendo na cidade com anuência do poder público, e avisam que irão sair com os blocos no feriado [4]. Em nota, a prefeitura diz que espera que ‘respeitem as decisões anteriores e, assim, evitem eventos sem o aval e a organização por parte do poder público para não colocar as pessoas em risco absolutamente desnecessário’ [5]. Após reunião, a Coordenadora da Comissão Feminina do Carnaval da cidade afirma que a postura da Prefeitura foi de ‘intransigência, sem dar direito à réplica das entidades de blocos de rua’ e que ‘querem que a gente assuma toda a responsabilidade pela segurança dos foliões, sem nem mesmo apresentar uma proposta alternativa’ [6]. Durante reunião com secretários municipais, os organizadores manifestaram-se pedindo direito à festa e garantias de que a polícia não será acionada contra os blocos que desfilarem no feriado [7]. A secretária municipal da Cultura, Aline Torres, afirmou que a proposta é para que o evento ocorra no feriado de Corpus Christi, no entanto, alguns organizadores acharam a data ruim porque coincide com a Festa Junina [8]. Dias depois, o prefeito Ricardo Nunes descarta essa ideia e diz que o Carnaval poderá ser realizado em setembro [9]. Vale lembrar que, no último Carnaval, em 2019, os foliões denunciaram violência policial durante o evento, fenômeno que não ocorria desde 2012 [10].

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