Nas redes sociais, o presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, declara que gostaria de mudar o nome da instituição para o do engenheiro André Rebouças ou para o da Princesa Isabel e afirma que ‘não faz sentido homenagear Zumbi, um líder tirano escravocrata’ [1]. Ele defende que ‘devemos valorizar quem viveu segundo elevados padrões éticos, cuja biografia é edificante não só para os negros, mas para todos os brasileiros’ [2]. O presidente complementa que, caso a alteração dependesse somente dele, já teria realizado ‘na base da canetada’; no entanto, essa mudança necessita da aprovação de outros órgãos federais, como a Câmara dos Deputados [3]. De acordo com ele, esta proposta já constava no projeto apresentado à Secretaria Especial da Cultura ao tempo do convite para assumir o cargo em outubro de 2019 [4]. Em maio de 2021, Camargo anunciou que a instituição prestaria homenagem à princesa Isabel no dia 13 de maio, data da promulgação da Lei Áurea e, em novembro de 2021, defendeu a mudança do nome ao postar que a ‘Fundação Princesa Isabel, mais do que reconhecimento, seria um dever moral dos negros livres do Brasil’ [5]. Em outras oportunidades, Camargo afirmou que não há ‘racismo real’ no Brasil [6], ironizou Zumbi dos Palmares [7], determinou a retirada de nomes da lista de personalidades negras da Fundação [8], apoiou relatório que propunha expurgar 54% do acervo da biblioteca da instituição [9] e criticou o logo da Fundação, tendo sido aberto edital para sua reformulação [10].
Presidente da Fundação Palmares quer trocar o nome da instituição para homenagear a princesa Isabel
Em detrimento da visão majoritária do movimento negro em torno desses personagens históricos, Sérgio Camargo defende que Zumbi era 'tirano escravocrata'