Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) solicita à diretora da escola Centro Educacional 1 (CED 1) na Estrutural, Estela Accioly, que apague grafite com o rosto de Nelson Mandela, ex-presidente da África do Sul e ícone da luta pela igualdade racial, pintado por grupo de artistas voluntários, como apurado pela imprensa nesta data [1]. Junto com o grafite havia a frase dita por Mandela: ‘Educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo’ [2]. A parede que abrigava a obra fica no pátio interno do CED 1 e é pintada de branco poucos dias antes da PM assumir a gestão da unidade, no modelo de escola cívico-militar [3]. Além do grafite, os muros externos da escola que contavam com o ‘mural da inclusão’ composto por desenhos de crianças, por exemplo, com deficiência ou obesidade, também pintado por artistas da região, é apagado e passa a conter apenas o escrito ‘Colégio da Polícia Militar’ [4]. De acordo com a diretora, ‘todo o layout’ da escola mudou e que o intuito da polícia é ‘mostrar para a comunidade que também haverá uma mudança de fora para dentro’ e ‘deixar no padrão de colégio da PM’ [5]. A PMDF informa que ‘não participou da decisão’ [6]. Após a repercussão negativa do caso, a direção da escola decide refazer o grafite [7]. O mesmo grupo de artistas voluntários acrescenta, além de Mandela, os rostos da poetisa brasileira Cora Coralina e do educador Paulo Freire e uma frase do filósofo Pitágoras: ‘Educai as crianças e não será preciso castigar os homens’ [8]. Em 2021, a PM pede que a direção do CED 1 retire cartazes do Dia da Consciência Negra feitos por alunos [9]. Vale lembrar que deputado da base aliada do presidente Jair Bolsonaro quebrou placa que denunciava genocídio da população negra [10] e associação de PMs apresentou pedido de esclarecimento criminal contra cartunistas por charges sobre violência policial [11].
A pedido da Polícia Militar, escola apaga grafite com rosto de Nelson Mandela e ‘mural da inclusão’
Os murais, feitos por artistas voluntários, são pintados de branco logo antes da PM integrar a gestão da unidade no modelo de escola cívico-militar