O presidente Jair Bolsonaro afirma que a ‘linguagem neutra dos gays […] estimula a molecada a se interessar por essas coisas’ e ‘estraga a língua portuguesa’ e a ‘garotada’ [1]. A fala é inserida durante uma discussão sobre o Enem e suas questões e o presidente afirma que o próximo exame ‘vai ser nosso’ [2]. No mês anterior, Bolsonaro disse que o Enem tem ‘a cara’ do governo [3] e o governo federal censurou questões da referida prova [4], como em ano anterior [5]. Vale lembrar que, em agosto, o secretário especial da Cultura criticou o uso do pronome ‘todes’ pelo Museu da Língua Portuguesa e ameaçou cortar verbas da instituição [6]. Em outubro, o governo de Rondônia proibiu a linguagem neutra em escolas e em editais de concursos públicos [7] e a Secretaria Especial da Cultura proibiu o uso da linguagem neutra em projetos financiados pela Lei de Incentivo à Cultura [8]. De acordo com agência de promoção dos direitos LGBTI+, em outubro, havia 34 propostas tramitando em Assembleias Legislativas de 19 estados brasileiros e no Distrito Federal [9]. O presidente afirmou, ainda, que não liberaria recursos para filmes com temática LGBTQIA+ [10] e vetou campanha publicitária de banco com diversidade sexual [11] e o governo federal suspendeu edital que selecionou séries relacionadas às questões LGBT para serem exibidas na TV pública [12].
Bolsonaro demonstra preconceito e ignorância sobre linguagem neutra
O presidente afirma que a linguagem neutra 'estraga' a língua portuguesa e os jovens