Nas redes sociais, o presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, escreve que projetos ligados à instituição em parceria com rappers só serão aceitos ‘após rigorosa checagem da vida pregressa dos ‘artistas’ [1]. Ele afirma que rappers que ‘enveredam pelo caminho do crime, da apologia das drogas e da putaria, ou se deixam usar como capachos da esquerda, jamais serão contemplados’ pela instituição [2]. Ele cita que a Palmares ‘custeava show em homenagem ao funkeiro paulista MC Daleste, que foi assassinado a tiros’ e ressalta que ‘não haverá outros projetos como este’ [3]. As publicações são em resposta a um perfil chamado ‘Rap, Falando’, que publica piadas sobre artistas do hip-hop, e postou ‘Quem mata Jair Bolsonaro ganha divulgação eterna nesse perfil’ [4]. Para advogado, se a declaração se concretizar, Camargo pode ser processado por improbidade administrativa, uma vez que essa restrição imposta por ele fere os princípios da isonomia e da impessoalidade [5]. Tempos depois, Camargo volta a criticar a linguagem do rap e deprecia o membro do Racionais MC’s, Mano Brown [6]. Ele também desprezou artistas como Alcione [7], Zezé Motta e Djavan [8], Tais Araújo e Lázaro Ramos [9] e Wagner Moura [10] por suas produções e posições políticas. Em 2021, são vários os casos de artistas do grafite, rap e funk que são alvos de abordagens policiais e criminalização [11] e dois rappers são expulsos das Forças Armadas [12] [13].
Presidente da Fundação Palmares afirma que só aceitará rappers com ‘checagem da vida pregressa’
Sérgio Camargo afirma que rappers não serão contemplados pela Lei de Incentivo à Cultura caso relacionem-se com o 'caminho do crime, da apologia das drogas e da putaria' ou sejam 'capachos da esquerda'