4 de Setembro de 2020

Mario Frias critica humorista, que ajuíza processo de indenização e ingressa com queixa-crime

Após vídeo humorístico que ironizava campanha do governo federal, Frias chamou Marcelo Adnet de ‘criatura imunda’ e ‘crápula’

Nas redes sociais, o secretário especial da Cultura, Mario Frias, afirma que o humorista Marcelo Adnet é um ‘garoto frouxo e sem futuro’, uma ‘criatura imunda’ e chama-o de ‘crápula’ e ‘Judas’ [1]. Frias complementa dizendo que Anet é um ‘palhaço decadente que se vende por qualquer tostão […] e incapaz de encarar a vida e suas responsabilidades morais’ [2]. As declarações ocorrem em reação ao vídeo publicado pelo comediante, que consiste em uma paródia da campanha ‘Um Povo Heroico’ promovida pelo governo federal, lançada às vésperas do feriado de 7 de setembro (Independência do Brasil) e protagonizada por Frias [3]. No dia seguinte, a Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom) critica o humorista em suas redes sociais, afirmando que ‘há quem prefira parodiar o bem e fazer pouco dos brasileiros’ [4]. Em 2021, Adnet ingressa com queixa-crime por injúria e difamação [5] e ajuíza ação de indenização por danos morais no valor de 80 mil reais [6], ambas contra o secretário. De acordo com sua advogada, as declarações ofendem e atacam a honra do humorista de forma a extrapolar a liberdade de expressão [7]. Durante audiência, o comediante propõe um acordo no qual o secretário se retrataria de suas falas e faria uma doação à ONG Voz das Comunidades, proposta que não foi aceita por Frias [8]. O caso é citado em relatório de ONG que denuncia a centralização administrativa e influência política e ideológica no setor cultural, bem como ameaças a artistas [9]. Em outros momentos, a Secom [10] [11], o diretor da Funarte [12], o secretário especial da Cultura [13] e o presidente da Fundação Palmares [14] criticam artistas e produções culturais que demonstrem opiniões divergentes às do governo federal.

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Fontes